Foi uma decisão gerencial de onde aplicar o dinheiro
A Suíça não precisa de mais aviões do que já tem, afinal, nunca fez guerra com ninguém.
No último domingo (18), a Suíça realizou um referendo para discutir a compra de 22 caças Gripen NG-o, o mesmo modelo escolhido pelo governo brasileiro no fim do ano passado para o reequipamento da Força área. Os resultados mostraram grande rejeição em relação à compra: 53,4% dos eleitores não a consideraram prioritária.
Caso fosse aceito, a Saab (fabricante dos caças) cobraria US$ 3,5 bilhões (R$ 7,7 bilhões) ao governo da Suíça. Esse valor só fica abaixo do que foi negociado com Brasil pelas 36 unidades encomendadas: US$ 4,5 bilhões (R$ 9,9 bilhões). Desde o inicio do ano, o governo Dilma Rousseff negocia com a Saab sobre como e quando os aviões serão entregues. A previsão é de que os primeiros jatos cheguem ao Brasil em 2018.
Em entrevista, o presidente da Saab, Marcus Wallenberg, afirmou que a desistência da Suíça em relação a compra dos Gripen não irá influenciar nas negociações feitas com outros países. Um deles é a Suécia, que comprou sessenta unidades e estuda adquirir mais dez.
O problema é que depois que a Suíça rejeitou os caças, o preço dos caças devem ficar mais altos. Segundo a lógica de produção da Saab, quanto mais aviões produzidos e comercializados, mais baratos eles ficam. Analistas afirmam que a rejeição suíça causará impactos sobre o preço do produto final, e até que a negociação com Brasil seja finalizada, a Saab enfrentará um período de incertezas.
[Além da compra dos caças, o referendo apresentava a proposta de um aumento no salário mínimo, que se aprovado, passaria a ser de 4.000 francos (cerca de R$ 9.970) e seria o maior salário mínimo do mundo. Em sua maioria esmagadora, os votantes rejeitaram um aumento no salário, 64% dos foram contra a proposta e 30% eram a favor.]